Contrariando os preceitos
Vou rasgar o verbo...Afinal sou poeta; sem ser omisso.
Existe a mãe que todos conhecem:
Enlevada e exaltada por todos os cantos
Pelo seu empenho, amor e sacrifício.
A mãe que sentiu todas as agruras
Que deixou de ser ela mesma
Para dar razão a vida do filho querido.
A que sofreu calada e lutou
Mostrou o caminho e segurou a mãozinha pequenina
Tentado tirar dessa, a estrada cheia de espinhos.
Essa... todos conhecem!
É mostrada e colocada em um pedestal
E por todos, admirada,
Através de palavras e gestos de amor.
Vou gritar a mãe escondida
Que nem o filho queria!
Aquela cheia de desejos
Que na alcova só queria os beijos
O calor do corpo faminto carregado de gemidos
Numa vontade insana de orgasmo pleno.
Apenas isso e nada mais!
Entretanto, num descuido não contado,
Deixou em si ser plantado
A semente não desejada.
Digo que não me furto diante da realidade
Lançando mão do dom das palavras
Rasgando o rótulo da mãe querida
Mostrando a mãe desamor
Aquela que o rebento não desejava
Deixando no mesmo todas e tantas marcas.
Mãe famigerada e desalmada!
Escondida por tantos filhos lesados.
Mãe às avessas
Que existe em muitos cantos.
Nada de vendar os olhos
E mostrar uma hipocrisia desconexa
Tudo nessa vida tem seus dois lados
E esquecer seria o mesmo que mentir pra si mesmo.
Faço o contrário agora
Mesmo diante da critica de muitos
Que preferem apenas ouvir e sentir as palavras melosas
De mães empenhadas e sofridas.
Rasgo o peito e tiro todas as mascaras
Mostro de maneira plena
Mesmo a contragosto
O outro rosto...Aquele trancado a sete chaves...
Da “mamãezinha querida”
Marcos Sergio T. Lopes
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